E quando perdemos uma pessoa querida, alguém que conhecemos,
o coração fica apertado e aquela sensação terrível de impotência
faz a gente pensar o que poderíamos ter feito para impedir?
Penso que se soubesse, poderia ter avisado:
- Pessoa, não vá por aí!
Ou talvez chegar para visitar:
- Fulano estou aqui agora terá que me fazer sala!
E quem sabe aconselhar:
- Creio que essa profissão não seja a melhor para você!
Depois da descoberta da trágica notícia, tive um súbito de força psicológica:
-É difícil mas temos que aceitar.
Que logo passou e me vi pedindo a Deus:
-Não leve, não leve, ela é uma criança!
E de um pedido se transformou em blasfêmia:
- Tantas pessoas que não farão falta, leve essas…
Ainda penso que ela está por aqui, mas não como as pessoas pensam, o espírito vagando…
Imagino que ela está lá na casa dela, brincando de boneca e que o dia que eu passar por lá vou vê-la brincar.
Então se eu nunca mais for na casa dela, ela nunca morrerá pra mim, ficará guardada em minha memória,
entre meus amigos, amores e outras dores que deixei no passado.
Minha irmã diz que minha memória é seletiva, que não lembro de muitas coisas,
é que não gosto de sofrer, e reviver o passado é nostálgico
e isso é triste!
As coisas boas a gente tem vontade de viver de novo,
e as coisas ruins a gente se arrepende de lembrar.
Mas uma coisa boa a morte faz pela gente,
A necessidade de se pensar sobre a vida!
Onde estou? Para onde vou? O que eu quero da vida? O que realmente é importante pra mim?
O que estou adiando? O que me faz feliz? O que eu gosto de fazer? Por que não faço mais?
Eu gosto do meu trabalho? Por que eu me preocupo tanto com isso? Por que eu briguei com aquela pessoa?
E é por causa da morte que nos apegamos a vida,
Então não adie algo que realmente deseja e só depende de você,
A vida é aqui e agora!